PIB de 2015 - Quem acredita que a economia se recuperou, levante a mão

Postado por Webmaster
12 de Março de 2015

O resultado do PIB de 2014 divulgado pelo IBGE fez muita gente soltar um suspiro de alívio. Afinal, crescemos 0,1%! Quem estava falando em recessão, em “afundamento” da economia brasileira, era mesmo o pessimista injusto! Será? Essa mesma circunstância já aconteceu com a inflação. Em 2011, quando o IPCA fechou em 6,5%, ou seja, não estourou o teto da meta, fogos foram vistos no céu de Brasília. E o Banco Central “silenciou” os que previam o caos nos preços (!). 

O desempenho da economia em 2014 surpreendeu no final, já que no terceiro trimestre subiu 0,3% quando o consenso esperava um número negativo. Tem uma explicação estatística, dada a revisão da metodologia de cálculo do PIB, mas tem também um sopro de aquecimento por causa da época do ano mesmo. Foi também o último respiro do consumo das famílias – âncora da política econômica arriscada (e adotada) pela presidente.

Levando em conta os quatro anos do primeiro mandato de Dilma Rousseff, a realidade fica mais clara: o crescimento médio no período foi de 2,1% – o pior desde o governo Collor! Esta não é uma marca que mereça “fogos de artifício”, ao contrário, é de se envergonhar.  Até dezembro passado, olhando pelo retrovisor vemos que o Brasil escapou de uma curva acentuada para direção contrária. Olhando pelo para-brisa, já nos vemos na curva e, para não sair da pista, a economia vai precisar de uma brecada brusca.

Falando ainda de 2014, a marca que a economia nos deixa não é nada positiva: crescimento nulo, inflação em 6,4%, investimentos em queda, confiança cada vez menor, perspectiva para o futuro pessimista e contracionista. O PIB de 0,1% até ofende como consolo. Olhando para 2015, o quadro é assustador: reajuste de até 60% da conta de luz, aumento de impostos, alta do combustível, da água, inflação em 8%, queda da renda, maior desemprego, investimento ruindo, confiança abaixo do suportável e, só para ajudar, um caos político em que está difícil identificar quem manda e quem obedece neste país.

Ainda assim, em algum lugar de Brasília tem uma turma fazendo conta sem parar até conseguir arrancar do orçamento federal dinheiro suficiente para voltar a pagar os juros da dívida pública. E ali pertinho, tem uma outra turma fazendo de tudo para que isso seja impossível. Quem fica no meio disso somos todos nós, espremidos no banco de trás desse carro chamado Brasil, sem chance de palpite ou direito a uma paradinha no acostamento. 


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